hic sunt dracones

Robert Johnson pecador

Hoje eu vi Sinners (Pecadores) que usa o Robert Johnson, uma das figuras mais enigmáticas da história da música, como pano de fundo para criar um personagem muito bom (Sammy Moore, um bluesman que era seguido pelo diabo). E me lembrei da história do original. O Robert Johnson foi, basicamente, um cara criado no Delta do Mississippi e considerado um dos criadores do Delta Blues (um estilo de blues típico do detal do rio mississipi).

Aliás, Pecadores é um grande tributo à música, com essa passagem com uma versão muito boa de All The Way to Dublin:

Mas, voltando. Segundo a lenda, Johnson teria ido a uma encruzilhada à meia-noite onde encontrou o próprio Diabo. Em troca de sua alma, o demônio afinou seu violão e lhe concedeu uma técnica sobrenatural. Quando retornou aos palcos, Johnson parecia um músico completamente transformado. Composições como Cross Road Blues e Me and the Devil Blues alimentaram esse mito. Sua morte precoce aos 27 anos (ou seja, ele inaugurou o "clube"), supostamente por envenenamento (ou, provavelmente, o diablo veio cobrar a sua dívida) criou essa aura de músico maldito e alimentou muito mais a lenda ao redor dele. Eu prefiro acreditar na lenda, inclusive.

Ele deixou apenas 29 gravações, mas mesmo assim influenciou gerações de músicos e uma história muito boa. Principalmente pra mim, que quero acreditar no pacto (já disse isso?), porque esse mundo é muito chato.

E hoje em dia dá pra ouvir todas elas no YouTube (enquanto o Google deixa).

Vale a pena tanto o filme como ouvir esses 29 canções.

You may bury my body down by the highway side / So my old evil spirit can catch a Greyhound bus and ride. Robert Johnson @ Me and the Devil Blues